Estava por volta do meio dia, o
sol em cima de minha cabeça sapicava minha pele.Havia acabado de sair para ir a
escola como de costume.Detesto rotinas, realmente me deixa enjoada.
Esperava o ônibus, demorou uns 20
minutos até que havia chegado. Passei pela catraca e me sentei em um dos bancos
que estava vazio. Sentei-me cansada por esse sol, como queria que chovesse.
Senti algo no banco, levantei-me e peguei tal objeto, logo notei que era apenas
um livro de poemas. Resolvi folhear, já que eu demoraria até chegar a minha
escola.
Folheei folhas e mais folhas até
ver algo que me chamou atenção: O dono do livro havia marcado um dos poemas. Li
o mais depressa que pude e não havia entendido seu real significado para o dono
do livro, o que me deixava ainda mais intrigada. Adoro mistérios.
Pensei em como era lamentável não
ter mais pistas sobre esse possível dono até que achei um bilhete dentro do
livro, onde, no final havia um nome: Fausto.
Nesse bilhete endereçado apenas a
um amigo, pedia para o mesmo não se precipitar a cometer tal tragédia. Cada vez
mais esse mistério me envolvia.
Será o dono o amigo que irá se matar ou apenas o Fausto tentando evitar tal
tragédia? Como queria descobrir tudo sobre essa história.
Desci duas paradas depois, o mistério
me fascinando tanto que perdi a noção do tempo ao meu redor. Ao caminhar para
minha escola parei em uma casa pedindo uma lista telefônica emprestada. A
senhora moradora foi muito gentil e trouxe imediatamente. Comecei a procurar:
Fausto. Fausto. Fausto. Havia tantos Faustos que me decepcionei com minha
idéia. Quase desistindo, eu achei o nome do dono do livro: Fausto Winchester.
-Bingo!!! - me exaltei e assustei
a senhora.
Achei o telefone e o endereço
dele, resolvi ligar e avisar que estava com o livro dele. Devolvi a lista (mas
antes anotei os dados num papel) e corri para o primeiro orelhão mais próximo.
Disquei o numero e esperei alguém atender. Depois de chamar pela quarta vez,
ouvi uma voz:
- Alô? - era uma voz rouca.
-Ah, olá! Tudo bem? - estava tão
nervosa - Quer dizer, desculpe... mas o senhor é o Fausto
winderter...wind...quer dizer...
- Winchester! Sou eu mesmo.
-É porque achei seu livro no
ônibus
- Que livro?
- Um livro de poesias de Ezra
Pound - Ele era tão lerdo assim?
-Ahh, sim! É meu livro. Aonde e
como sabe meu numero?
- Desculpe por me intrometer desse
jeito, mas eu achei seu livro no ônibus que peguei mais cedo- já era uma da
tarde - e vi seu numero na lista telefônica.
- Tem como me devolver?
-Tem como me se encontrar comigo
na porta da escola Dom Pedro II , na Liberdade?
- Tem sim, espere exatamente aí. -
desligou
Depois disso, caminhei calmamente
para a porta do meu colégio e esperei. Onde estava meu juízo para dizer que
encontrar um estranho na porta do meu colégio era errado, muito errado.
Esperei, esperei e esperei.
Por volta das duas da tarde quando
começou a chuviscar, avistei um rapaz alto, cabelos negros e molhados pela
chuva, caindo levemente pelo seu rosto.
-Olá!
-Oi - respondi sem jeito.
-É você que encontrou o livro? -
perguntou
-É sim - entreguei o livro - e
você é o Fausto?
- Não, não. Eu sou o Marcelo.
-M-Mas...
- Fausto me telefonou pedindo para
eu fazer um favor a ele e viesse aqui pegar seu livro, já que moro perto daqui.
Desculpe a demora - seus olhos eram de um azul tão lindo.
- OK! - o rapaz estava indo
embora, criou a oportunidade para descobrir o mistério dessa história - Espera-
ele havia parado - Você me disse que se chamava Marcelo, não é ?
-sim...
- Seu amigo Fausto deve ter um
bilhete para você dentro do livro.
-Hmm...- murmurou ao pegar e ler o
bilhete.
- Ele dizia que você queria se
matar - o rapaz terminou de ler e ficou envergonhado - Ele realmente é para
você? Realmente você queria se matar? Fiquei curiosa para saber.
- Problemas pessoais - disse, já
caminhando.
- Desculpe mais uma vez, porém eu
acho que isso não é a mais sábia decisão.
- Certo. Você está tão curiosa.
Venha lhe pagarei um lanche e te conto ela toda.
Assim conheci aquele rapaz
inteligente e um pouco melancólico que depois daquela tarde desistiu da morte.
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