A explicação da série de História da Arte pode ser vista aqui neste link.
"O Egito é uma dádiva do Nilo" - Heroclito
A arte Egípcia está muito ligada a ritos funerários do povo. A civilização do Egito teve a duração por volta de 3 mil anos e floresceu às margens do Rio Nilo, o que dá origem a citação do filosofo grego Heroclito que fala "O Egito é uma dádiva do Nilo". A necessidade de sobrevivência, de viver e tirar seus frutos do Nilo, uma força da natureza que era imprevisível, surgiu mitos, deuses, tecnologia e vários outros frutos que conhecemos até hoje (e muitos outros que desconhecemos ainda).
Na época de Napoleão Bonaparte, começou a "egitomania", que ajudou a expandir o conhecimento sobre os egípcios, com famílias querendo comprar peças artísticas do Egito, imitar a arquitetura e até mesmo comprarem múmias para festas de abertura. Inclusive, a família Real, particularmente o Dom Pedro I comprou múmias e outros itens egípcios, que até hoje residem no Brasil.
Alto Egito e Baixo Egito
O Egito e toda sua civilização cresceu e desenvolveu ao longo do Rio Nilo, que fluia do sul para o norte. A parte do Sul era chamada de Alto Egito e a parte do norte era denominada de Baixo Egito, onde já estava localizada perto do Mediterrâneo.
A palheta de Narmer, é uma pedra cerimonial que mostra em uma das suas faces o rei Narmer com uma coroa com símbolos da Águia e da Serpente, que representava as duas partes do Egito. A palheta demonstra um marco na história do Egito, a unificação dos 2 Egitos. Outro simbolo que mostra essa unificação é o selo do ano que Narmer venceu o povo do Delta.
Palheta de Narmer - Representa a unificação do Egito |
O selo vinha em potes e outros itens usados para comércio no Egito e, ao invés de representação com números como conhecemos hoje, na época eram chamados de acordo com os grandes acontecimentos da época.
A coroa unificada foi utilizada durante os períodos 3100 e 332 a.C. E tinha o simbolo da Coroa Vermelha, do Baixo Egito, que cultuava o deus Horus e a Coroa Branca do Alto Egito que cultuava o deus Seth. Foi considerada a primeira nação da humanidade.
Deus Horus |
Deus Seth |
A Religião
A religião nasceu da observação da natureza, principalmente o sol, que eles viam nascer e morrer todos os dias, fazendo com que a cultura se baseia-se muito em morte e renascimento. Dessa mentalidade nasceu a explicação comumente que se dá para justificar a preocupação do povo em conservar o corpo (a mumificação).
Mito de Osiris
Da esquerda para direita: Hórus, Osiris e Isis - personagens do Mito de Osiris |
Osiris foi morto por seu irmão Seth e desmembrado em 13 pedaços. Sua esposas, Isis, o remontou por inteiro, mas faltou o 13º pedaço e por esse motivo não pode revivê-lo. Um acordo foi feito e Osiris seria quem cuidaria do Mundo dos Mortos. Ele engravidou a Isis, que deu a luz a Horus. Com a morte de Osiris, Seth roubou seu reino.
Horus quando cresceu, reclamou seu trono.
Deste mito nasceu a ideia de que o coração da pessoa seria pesado antes dela ir para o outro mundo, numa balança, onde de um lado era depositado o coração e do outro uma pena, sendo julgado por Osíris.
A religião do egito foi muito retratado em suas artes e esculturas. Uma das esculturas que mais chamam atenção nesse mito, é o de Isis segurando seu filho Horus, onde acredita-se que essa imagem serviu de modelo para a Maria segurando o menino Jesus.
A esquerda, Isis com seu filho Horus e a direita, uma pintura de Maria e o menino Jesus |
O faraó mais popularmente conhecido é o Tutankâmon, onde sua tumba foi uma das mais importantes por ter sido a mais preservada encontrada e também por dá uma base para o que conhecemos sobre "maldições de múmias". Sua tumba foi descoberta por Howard Carter e atualmente todos os envolvidos da expedição já estão mortos.
Porém, o pai de Tutankâmon, o Akhenaton, é um dos mais importantes faraós na história. Ele não foi criado para ser um faraó e sim um sacerdote, porém com o falecimento de seu irmão mais velho (que faleceu antes do seu pai). Akhenaton tentou instaurar várias mudanças no Egito, começando pela renegação dos deuses antigos e elegendo o Atum como o único. Aqui alguns historiadores diz que foi a primeira religião monoteísta do mundo.
Representação do Deus Atum |
Nas imagens acima, a esquerda, um busto da rainha Nefertiti e a direita uma estátua do faraó Akhenaton.
A Escrita
Por outro lado, a arte egípcia é marcada pela escrita avançada (além da religião que foi capaz de determinar o modo de vida, as relações sociais e hierarquias e representações artísticas). A escrita deles foi marcada por várias evoluções. A primeira começou como pictográfica, considerado por muitos historiadores somente desenhos (pictogramas). Após isso, evoluiu para representações silábicas e posteriormente para sinais fonéticos.
Alguns dividem a linguagem em três tipos:
Hieróglifos - considerados a escrita sagrada
Hierática - uma escrita mais simples, utilizada pela nobreza e pelos sacerdotes,
Demótica - uma escrita popular.
A tradução dos Hieróglifos foi feita a partir da Pedra de Roseta (encontrada na cidade de mesmo nome). O seu descobridor foi o francês Champolion, em 1822. Porém é sabido que muitas traduções foram feitas de acordo com a interpretação europeia da época (suavizando várias passagens), o que demonstra que muitas traduções estão equivocadas ou erradas. Além disso, a pedra de Roseta foi encontrada apenas por parte, faltando pedaços.
Detalhe da Pedra de Roseta - Marco na história por facilitar a tradução de hieroglifos. |
O primeiro registro de cartas foi entre o Egito e a Babilônia, uma espécie de tratado de paz, conhecido como Cartas de Amarna. São um conjunto de tabuinhas pequenas encontradas na cidade de Amarna, que faziam parte de um arquivo de correspondências do reino de Egito com outros reis da Babilônia.
Arte
A arte foi padronizada, seguindo critérios religiosos. Além disso, foram anônimas e retratavam o faraó (sendo dispensável o estilo do artista, o uso da criatividade e a liberdade de imaginação).
Também era de conhecimento a lei da frontalidade: era de uso obrigatório e consistia na representação de pessoas com o tronco de frente, os pés, cabeça e pernas ficavam de perfil.
Já na escultura, eram representadas de acordo com os traços particulares da pessoa e da sua posição na sociedade.
Múmias e Pirâmides
Toda arquitetura egípcia era ligada sob construções mortuárias (as tumbas). Elas eram idênticas às casas onde os faraós habitavam em vida. As pessoas de classe social mais importantes eram sepultadas nas mastabas.
As pirâmides com as formas mais polidas agora conhecidas foram atribuídas ao egípcio Imhotep, que seria uma espécie de engenheiro e médico e cultuado como santo.
Estatua de Imhotep - localizada no Museu do Louvre |
A pirâmide de Djoser - Construída pelo arquiteto Imhotep |
Fontes usadas e relacionadas:
- Mundo Freak Confidencial 135 - Tutancâmon
- Nerdcast 319 - Causos e Areias do Antigo Egito
- A Unificação do Egito Antigo
- A Batalha de de Osíris, Hórus e o perverso Seth
- Akhenaton - O Faraó Iluminado
- Imhotep
- Arte Egípcia
- Arte na Antiguidade - Arte Egípcia
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