A faca de dois gumes – Parte 2

*Texto escrito dia 11/07/2013*

“Minha cidade está sendo atacada. Meu país está sofrendo uma guerra civil. Muitos países passaram por isso, essa é a vez do Brasil”.

Devem estar se perguntando (e muitas vezes especulando) que essa é a “Primavera Brasileira”, digo-lhes caros amigos que não acho que seja para tanto alarme essas greves e manifestações. Sei que está meio tarde para escrever sobre a onda de protestos que assolou nossas ultimas semanas de junho por meio de jornais, revistas, televisão e até mesmo nossas saídas para as ruas das cidades. 

É importante que cada vez mais nossa juventude seja encoberta de consciência política sobre tudo a feito e proposto por nossos políticos no poder.  Mas o que se viu, e ainda se vê, apesar que a própria organização dos manifestantes já se abafou, é que essa consciência política ainda não atingiu as massas. Muitos foram ali apenas pelas diversões e os likes que uma foto no meio de um monte de cartazes com frases de efeitos poderiam gerar em suas contas do facebook, G+ e instagram. 

A diferença notável entre essas ondas de meninos de 15-18 anos indo as ruas e uma verdadeira primavera (como aquelas que aconteceram no Oriente Médio) é as suas propostas. Aqui quando manifestam por gastos superfaturados em obras do governo, educação e saúde melhor e aumento de passagens, as primaveras que aconteceram pedem uma revolução geral da política retratada no país. 

Podem perceber, que após os senadores trabalharem até meia noite por pressão das manifestações e o Brasil ganhar a copa, muitas dessas manifestações cessaram ou perderam forças em muitas capitais. Dentre eles mesmo cansam de ir às ruas. Essas manifestações não mudará a realidade política do país, muito menos levará a uma guerra civil. Tais acontecimentos não tem força nem dentro da própria organização e a consciência política ainda é uma utopia não alcançada por mais da metade da população brasileira. 

Outra parte engraçada de toda essa história é saber que a policia consegue um batalhão de choque, bombas, balas de borracha e cavalaria para ir contra estudantes que apenas estão munidos com cartazes, tintas e as pedras que podem encontrar pelo caminho. Para ir atrás de qualquer ladrão no dia-a-dia, eles se queixam que faltam até viaturas. Lindo é ver a covardia de nossos policiais perante a brutalidade e abuso de autoridade que ocorreu nas ultimas semanas. Soube por meio de amigos e conhecidos, o quanto hostil foi a policia para cima de estudantes. Depois se fazem de santos perante os jornais, mas até jornalistas foram agredidos e presos sem ao menos serem ouvidos do porque estão ali. Na revista Carta Capital, não recordo-me a edição, um de seus jornalistas desabafa contanto que foi levado a delegacia por portar apenas um vidro de vinagre. Abuso de autoridade também é crime. 

Apenas não quero criar ilusões de uma mudança no cenário político brasileiro. Só será alcançado essa utopia quando o povo aderir a ideia de que políticos colocados no poder trabalham para o povo e prol dele e não para eles próprios. A população tem que criar a consciência que políticos são nossos funcionários, seus salários e luxos sustentados pelos nossos impostos pagados até mesmo num chiclete de 0,10 centavos e que cada coisa realizada não é mais que sua obrigação. Nós somos os chefes do presidente, senadores, deputados, governadores, vereadores e prefeitos.