*Texto escrito no dia 16/05/2013*
Acho engraçado quando eu conto essa história agora, mas no
dia estava com o sangue fervendo.
Estou na Universidade, cursando meu 1º período de
Biblioteconomia e tem uma coisa que praticamente todo calouro teme: o trote.
Eu fiz meu médio num IF e os cursos técnicos já tem a
cultura de aplicar trotes nos novatos, mas meu ano de ingresso não tínhamos veterano
por ser um curso iniciado naquele ano e nenhum curso bagunçou com a gente, mas
ainda vimos gente andando com tinta para pintar os outros, mas o máximo que
faziam era desenhos no rosto (eu mesma deixei pintarem meu nariz), mas os
nossos anos como veteranos fizemos um trote sadio: demos uma aula de boas
vindas aos novatos.
Mas voltando ao presente, na universidade o curso o qual
escolhi não tem a “cultura” de aplicar trotes. Até esse ano. No dia X nos
prenderam na sala e querendo por moral, falaram que queriam amarrar a gente e
pintar. Alegaram que nosso curso é desprezado pelos outros universitários e
queriam fazer o trote para divulgação do curso. Nossa, eu sempre escolho o curso
pelo trote que aplicam. Lá no sisu, quando escolhia o curso eu pensava “vou
querer fazer engenharia por que pintaram e jogaram gordura de peixe nos
calouros, mas, espera aí, oceanografia eles penduraram os alunos de cabeça para
baixo”. (agora o vestibular virou “nota de trote”).
Biblioteconomia é um curso que trabalha diretamente com
informação e também, com isso, somos formadores de leitores, temos cadeira
sobre marketing até. Mesmo sem saber sobre publicidade e propaganda, não é
preciso ser idiota para perceber que o trote é uma propaganda ruim do curso (além
de ter matado muitos estudantes nas brincadeiras sem graça). Se o intuito é a
divulgação do curso, que faça algo solidário. Faça que os calouros doassem
alimentos, livros, que vá ler para as crianças em escolas publicas, creches,
abrigos ou hospitais. Que faça essa diferença na sociedade. Duvido se uma
emissora local não apareça para divulgar o “trote” diferente que o curso
ofereceu.
O curso trabalha com conhecimento e informação, mas parece
que isso falta na cabeça dos veteranos.
Acontece que, cada microssegundo que ficava trancafiada
naquela sala barulhenta (e já estava com dor de cabeça antes disso tudo
acontecer), eu perdia a mínima paciência que tenho em meu ser. Até que a raiva
evaporou minha paciência e eu me encaminhei até a porta, mas não antes bater
com força numa carteira, gritar com os veteranos que lá se encontravam, e a
abri, mesmo com duas pessoas a segurando. Sai da sala. Quando olhei para trás,
mais da metade da minha classe saiu atrás de mim.
Fomos almoçar no Restaurante Universitário (famoso RU com a
fila imensa) quando vimos, algum tempo depois, os veteranos e o resto da nossa
classe que ficou, todos pintados de tinta e maisena da cabeça aos pés. Pagaram uma
vergonha ficando de joelhos para os veteranos, tiveram que jurar umas coisas e
pedirão dinheiro lá na universidade debaixo de chuva.
Eu terminei de almoçar, voltei para o prédio do curso. Eles ainda
estavam sujos e com fome porque ainda não tinham almoçado.
Grande trote de divulgação do curso. Deve ter despertado milhões
de futuros calouros em biblioteconomia. Só que não.
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